30 de novembro de 2013

Jabardeira ou Jilbardeira, a Vassoura Low Cost dos jardineiros


No dia de ontem, 29/11/2012, continuamos a saga da apanha da azeitona, Na parte da tarde fomos até ao Bacelo, um dos lugares mais bonitos da minha aldeia. Um lugar solarengo, cheio de carvalhos, urzes, oliveiras, uma típica paisagem mediterrânica, onde o Homem pouco tem intervido nos últimos tempos.

Nesta visita ao Bacelo reencontrei uma planta, a Jabardeira/Jilbardeira, também conhecida como erva dos vasculhos, brusca, murta espinhosa, etc. Em alguns locais chega a formar pequenos arbustos, não é muito alta atinge mais ou menos uma altura de 60 a 70 cm e poderá ser uma prima do azevinho, tem as folhas espinhosas e no outono/inverno desenvolve umas bolinhas vermelhas muito parecidas com as o azevinho, é destas sementes que provêem as suas sementes.


É frequente nos meios rurais colherem-se alguns ramos de Jabardeira e fazerem-se com eles vassouras, para varrer as ruas, as calçadas e as eiras, pois é um material resistente, ecológico, disponível e barato.

Recordo-me de ver desde sempre os jardineiros a usarem estas mesmas vassouras quando varriam os jardins, ainda hoje isso acontece, louvo a preocupação ambiental e o uso do que eu chamo de Vassouras amigas do ambiente e Vassouras Low Cost.

24 de novembro de 2013

Nespereira, Manganório

A nespereira está de novo em flor, sente-se um cheiro muito agradável uns metros em redor da árvore, confesso que nunca tinha reparado. Se tiverem uma nespereira por perto comprovem essa mesma fragrância.

A nespereira está numa fase crítica, pois depende das geadas e do gelo, se estes forem muito agressivos não haverá polinização nem frutificação.
Espero que se possam salvar algumas flores e alguns frutos.



20 de novembro de 2013

Combater o frio do inverno

Começa a sentir-se os frio do inverno. 
Durante o dia o sol tem atenuado o frio mas há noite já se faz sentir, as temperaturas desceram perto de 8 graus nos últimos dias. No final da tarde e noite já não se dispensa a lareira acesa e o aquecimento central.

Por aqui o aquecimento da casa é feito com um recuperador de calor que faz a circulação da água quente e alimenta os radiadores espalhados por toda a casa.
Para manter a chama acesa há que colher lenha durante o outono, primavera e verão. Nós optamos sempre por colher a lenha neste período. Cortam-se os pinheiros, carvalhos, castanheiros ou eucaliptos, é rachada a lenha que depois é guardada e esta será a lenha a gastar no próximo inverno.
Não esquecer as pinhas que foram apanhadas há alguns meses e que ajudam a acender a fogueira.



19 de novembro de 2013

A apanha da azeitona - Azeite

Ontem foi dia de fazer um primeiro ensaio na apanha da azeitona. O dia até que nem correu mal, não havia vento, o sol brilhou todo o dia. 
Muitos mais dias se avizinham na apanha da azeitona vamos tentar aproveitar estes dias em que não chove, pois com chuva, neve e formação de geadas a tarefa torna-se muito mais árdua. 
Pelas primeiras impressões a azeitona é mais graúda e está mais madura que em anos anteriores, pois no nossa caso as oliveiras não estão tão carregadas.
Augura-se uma boa colheita e um azeite de boa qualidade.



Ferramentas: escadote ou escada, tesoura da poda, serrote, balde, carro de mão, uma vara, ancinho para ripar a azeitona, toldos/mantas e mãos hábeis, de preferência protegidas com luvas.

16 de novembro de 2013

Míscaros - Cogumelos - Tricholoma equestre

Na passada segunda feira fui aos míscaros - cogumelos (Tricholoma equestre), com a minha mãe. Lá fomos encontrando alguns belos exemplares, infelizmente encontramos muitos já estragados, podres e cheios de bicho. 

                                     
Nunca é demais relembrar os cuidados que devemos ter antes de apanhar e consumir cogumelos silvestres:
                  

Consumir cogumelos silvestres-


- Ter atenção redobrada na hora de apanhar os cogumelos, pois alguns têm cores muito similares e podem confundir até o mais experiente apanhador de cogumelos. Há cogumelos extremamente tóxicos que podem envenenar/matar quem os consome.
- Ter atenção na hora de limpar e cozinhar os cogumelos pois alguma alteração de cor, pode indicar que os cogumelos já estão estragados e que poderão fazer mal, como qualquer alimento estragado.
- Não consumir grandes quantidades de cogumelos antes de dormir, pois podem ser indigestos e provocar problemas gástricos.

Apanhar cogumelos silvestres-


- Usar um cesto ou balde furado para que ao colher os cogumelos os esporos sejam lançados pelos campos e assim se espalharem os fungos, garantindo a sua continuidade;
- Colher os cogumelos estritamente necessários, deixar intactos os que não fizer questão de levar;
- Não destruir os cogumelos potencialmente tóxicos  ou venenosos pois dessa forma estará a ajudar à sua propagação;
- Usar utensílios que não agridam o solo em demasia, não usar enxadas, sachos e outros objetos  


14 de novembro de 2013

Endívias 4.ª fase

Na manhã de ontem, dia de S. Martinho, o Sol convidou a ir para a terra.
As endívias esperavam há já alguns dias por serem tratadas, a chamada 4.ª fase.
Foram arrancadas, cortaram-se-lhes as folhas (rama), limparam-se as raízes.
Escolheu-se um local onde o solo tem uma boa drenagem, neste caso uma carreira da vinha. Fez-se uma vala com cerca de 40 cm de profundidade e 50 cm de largura.
Colocaram-se as raízes das endívias, cobrindo-se as raízes, depois colocou-se por cima palha e cobriu-se a palha com um plástico preto para impedir a entrada da luz solar e da chuva.
Agora resta esperar pelo menos 15 a vinte dias para que brotem as endívias e se possam finalmente colher e comer, o que deverá acontecer por altura do Natal. Este processo dependerá das condições climatéricas podendo ser acelerado ou atrasado.

Até daqui a uns dias quando tivermos o produto final, a chamada 5.ª fase.

12 de novembro de 2013

Avelãs

As avelãs deste ano não foram muitas, mais uma vez o tempo quente e seco impediu que fossem graúdas e em maior número. 
O sabor mantém-se muito agradável, vamos ver se consegue guardar algumas até ao Natal.







A avelã é o fruto da aveleira, avelaneira, avelãzeira ou abeloeira (Corylus avellana), um arbusto da família Betulaceae que cresce naturalmente por toda a Europa, Ásia Menor e parte também da América do Norte.

A avelã consiste é um fruto mais ou menos esférico, lenhoso, cuja casca é extremamente resistente. A avelã é consumida ao natural, ou usada em doces, normalmente associada ao chocolate. 

7 de novembro de 2013

Kiwano, a primeira experiência

Eis o resultado da minha primeira sementeira de Kiwano ou também conhecido por pepino cornudo.

Não posso dizer que tenha corrido bem, mas analisando bem, também não posso dizer que correu muito mal. 
03/11/2013

As sementes nasceram e deram os seus frutos. Ficam alguns ensinamentos, no próximo ano deve semear umas semanas mais cedo e escolher outro lugar no canteiro, pois acho que não se adaptaram ao sitio que escolhi este ano. 

Agora vou deixar madurar um pouco mais e depois vou recolher as sementes. Ainda não sei se tenho coragem para provar, logo se verá. 

6 de novembro de 2013

Dióspiros

Os dióspiros estão de boa saúde e muitos deles prontos a comer esta é variedade de dióspiro maçã, muito saborosos devem comer-se ainda duros.
Mais alguns dias e têm de ser colhidos, pois com a chegada das geadas e a gula dos pássaros estragam-se ou ficam maduros demais.



Fotos recolhidas no dia 03/11/2013

4 de novembro de 2013

Cogumelos

Com o Outono já instalado os cogumelos proliferam por todo o lado, mas atenção pois nem todos são comestíveis. Muita cautela na hora de ir apanhar cogumelos e maior ainda na hora de os preparar e comer.

Esta manhã vinha de carro com a minha irmã e decidimos parar num local onde é usual aparecerem cogumelos. 
A Natureza decidiu que a tradição se deveria manter e lá apareceram dois pequenos cogumelos, dois Boletus edulis. Aqui na aldeia são conhecidos como os champinhons, sanchas ou sepas, muito procurados pelo seu saber mas também pelo seu valor comercial uma vez que podem ser vendidos entre 5 a 10 €.

Boletus edulis
03/11/2013



  1. Amanita muscaria
Estes cogumelos são tóxicos não devendo ser nem apanhados quanto mais consumidos, as suas cores são muito chamativas e levam-nos ao nosso imaginário infantil contudo deixe-mo-los quietos lá no seu canto.



3 de novembro de 2013

Castanhas

Este promete ser um bom ano para as castanhas. 
O Verão quente e seco  levou-nos a acreditar que este ano não haveria castanhas, ou melhor se as houvesses seriam pequenas, rachadas, com bicho, com muito pouca qualidade.
O Outono revela-se-nos cheio de agradáveis surpresas e uma delas são as castanhas. Começaram a cair nas últimas duas a três semanas. Graúdas, sem estarem rachadas e muito pouco bichosas. A quantidade será provavelmente menor do que em anos anteriores, mas a qualidade compensa esse decréscimo.

Fotos tiradas na manhã de dia 03/11/2013

No que respeita ao sabor ainda é muito cedo para ter uma avaliação final, pois as castanhas precisam de alguns dias para ficarem "abaladas" estando de preferência expostas ao sol e desta forma ficam mais doces e descascam-se muito mais facilmente.

O S. Martinho está a chegar por isso nada como umas belas castanhas assadas, comidas em família junto à lareira.

2 de novembro de 2013

Oliveiras, Azeitonas e o Azeite

Nesta altura do ano já vemos as Oliveiras a mudar de cor, pois as suas azeitones começam a madurar e a ganhar tonalidades mais escuras até se tornarem pretas, salvo as espécies verdes e vermelhas.

Em algumas zonas do país não tardará nada que se comece a apanha da azeitona, com a qual se fará o azeite que estará na mesa da consoada, o azeite novo.


Desde muito nova que esta tarefa é desempenhada em família, digamos que não era uma tarefa muito fácil, muito pelo clima, muito frio e muita chuva, característicos desta época do ano.

No passado a apanha demorava muito mias tempo, havia que fazer tudo manualmente, tirar azeitona a azeitona, apanhar uma a uma do chão. 
Hoje já não é bem assim. Foram surgindo pequenas ferramentas e maquinarias que facilitam esta tarefa. Temos os ancinhos para ripar as azeitonas, há as máquinas para varejar e ricas, alimentadas por baterias, os toldes que se colocam por debaixo das árvores são mais resistentes e leves, os terrenos e as plantações foram adaptados de forma a permitirem uma apanha rápida e eficaz.

Aquisição do ano passado, resulta mesmo

Acredito que cá por casa se começará a apanha dentro de duas ou três semanas. Quem manda, neste calendário, são as azeitonas e os lagares de azeite, pois não adianta fazer a apanha antes de estarem em funcionamento. 

Para se conseguir um bom azeite é necessário ter uma boa variedade de azeitonas, estas devem estar bem maduras, não devem ser apanhadas as que caíram ao chão e por lá ficaram muito tempo e seguir directamente para o lagar. Se as azeitonas ficarem em casa  em potes, tinas com sal ou com água acabam por se ir deteriorando e por em causa a qualidade do azeite, alterando a sua cor, textura, sabor e acidez. 

Uns dias antes de se apanharem as azeitonas para ser feito azeite, são apanhadas e escolhidas as melhores azeitonas para serem curtidas. 
Estas azeitonas depois de escolhidas são lavas e colocadas num recipiente com sal durante unas dias e depois é lhe deitado água e ficam assim durante várias semanas ou meses, devem ficar num lugar escuro para que fiquem com a tonalidade preta/escura. Passado esse tempo há que deitar a água fora, substituir por outra e repetir esta operação por alguns dias, depois é provar e adicionar os condimentos a gosto e começar a servir à mesa. 
Há anos em que cá por casa não se curtem as azeitonas, aqui não usamos pesticidas, por vezes as azeitonas são atacadas pela mosca da azeitona que fura a azeitona e deposita os seus ovos daí não prestarem para serem curtidas, pois já têm Carne no seu interior.